Review – Buso Renkin, de Nobuhiro Watsuki (Editora JBC)

Porque assim é mais legal.

Ah, Buso Renkin… Este anime foi um dos primeiros que vi, logo que comecei a baixar animes. Comecei a vê-lo logo depois que acabei de ver FullMetal Alchemist, principalmente por ter o mesmo tema que o central este último: a alquimia. Após o término comecei a sentir-me órfão de algo do mesmo tipo, ainda mais numa época em que Harry Potter estava na moda, justamente com um dos livros/filmes focando na pedra filosofal, o objeto mais desejado pelos alquimistas.

Por isso assim que soube da produção do anime de Buso Renkin, tive vontade de vê-lo. Isso foi no fim do ano de 2006, e o anime contou com 26 episódios, que englobavam todo o mangá. A versão brasileira da obra de dez volumes de Nobuhiro Watsuki só veio a ser lançado em 2010, pela editora JBC, e é justamente dessa versão do mangá que se tratará esta review. Aliás, o nome utilizado no review é o mesmo utilizado pela versão nacional. O título também é popularmente conhecido como Busou Renkin.

A História

Kazuki Muto é um simples colegial que vive com os amigos e a irmã, Mahiro, no alojamento do Colégio Kinsei, onde estuda. Tudo em sua vida transcorre normalmente, até que um dia ele é morto ao tentar salvar uma garota de um monstro com a aparência de uma cobra! Ao acordar, Kazuki acha que isso não havia passado de um pesadelo, e age como se nada tivesse acontecido. Porém, nesse mesmo dia, Muto acaba tendo que ficar na escola até mais tarde para cumprir uma detenção, e sua irmã vai encontra-lo, preocupada com ele. Então um professor aparece e se revela como o monstro na forma de cobra do dia anterior, e ataca Kazuki e Mahiro! Afinal, aquilo não tinha sido um sonho, e o sinal seguinte disso é uma chamada telefônica para seu celular, feita pela garota que ele tentara salvar no dia seguinte.

A garota chama-se Tokiko Tsumura, e explica que o que persegue Muto é um homúnculo, um ser criado por meio da alquimia. Além disso, o próprio Muto realmente havia morrido no dia anterior, e o que o mantinha vivo no momento era outra coisa criada pela alquimia, uma Kakugane, que, ao ser ativado, transformava-se numa arma para combater homúnculos. O nome da arma criada a partir da kakugane chama-se Buso Renkin, e no ímpeto, na vontade de salvar sua irmã, Kazuki ativa seu Buso Renkin, o qual tem o formato de uma lança e derrota o homúnculo que o perseguia.

A partir disso, Muto começa a querer lutar ao lado de Tokiko, para defender sua irmã, seus amigos, e todos aqueles que precisem de ajuda (sim, eu sei, motivação da maioria dos heróis de mangás shounen de luta). A eles junta-se ainda o Capitão Bravo, chamado assim porque sua frase favorita é “Bravo”, e também porque assim é mais legal. Os alquimistas reportam-se ao Esquadrão Alquímico, que também lhes incumbe de suas próximas missões.

Considerações Técnicas

Primeiramente vou falar sobre o roteiro de Buso Renkin. Verdade seja dita, o próprio Nobuhiro Watsuki admite que não planeja sempre muito a história que acontecerá adiante, e os fatos acabam então se ligando sem querer muitas vezes, pois acaba tendo que ser jogado às pressas na história por falta de tempo e/ou páginas. Porém, para mim, mesmo que seja inconsciente para o autor, ele tem um grande dom de conseguir casar acontecimentos e personagens em suas histórias, pois tudo parece ter sempre alguma ligação, por isso não acredito que o roteiro acabe ficando muito comprometido. Nas páginas finais de cada volume da edição brasileira há os comentários do autor acerca de cada capítulo criado, o que ele esperava fazer, o que acabou acontecendo e o que achou do resultado final, o que acho muito interessante de observar. Sobre a história propriamente, alguns fatos acabam se atropelando um pouco, e as informações parecem meio jogadas nos últimos dois volumes, mas isso tem um motivo:  aparentemente o autor estava com capítulos contados para finalizar o mangá, uma vez que a popularidade do título não era lá muito alta. Grosso modo, acredito que seu andamento e finalização foram bons, não deixando perguntas a serem respondidas, embora seja claramente perceptível que fosse possível acrescentar mais acontecimento à história.

Creio que seja praticamente impossível não comparar Buso Renkin com a obra de maior sucesso do autor, Samurai X. Em termos de história, não há o que comparar, e para mim este mais recente merecia uma maior aceitação, mas aparentemente este roteiro não foi de agrado aos fãs japoneses (nem de muitos brasileiros), e acredito que a maior parte disso se deva pela comparação com a obra anterior e com outros mangás que envolvam o tema de alquimia. Um ponto interessante é perceber algumas referências que o autor faz com sua obra anterior, como uma imagem em que a Tokiko parece o Shishio ou até mesmo o nome de uma espada, que ele batizou de Samurai X (isso mesmo, Samurai X, e não Rurouni Kenshin, como o nome original de sua obra, e o motivo foi por ele próprio gostar desse nome que seu mangá teve aqui no Brasil).

Com relação ao traço, sou muito partidário para responder, já que o traço do Watsuki me agrada, principalmente por ser possível ver seu crescimento do primeiro ao último volume de Buso Renkin (se comparar a Samurai X a diferença é ainda maior). O design de cada personagem é bem legal, embora seja possível notar algumas semelhanças com obras anteriores do autor, mas o que realmente impressiona é o desenho dos Buso Renkins, cada um tendo uma característica única, que pode ainda ser melhorada ou multiplicada, o que dá um certo charme a cada personagem.

Falando em personagem, Buso Renkin me trouxe alguns dos personagens mais memoráveis que já vi. Embora Kazuki seja um personagem que não fuja muito à regra de um herói de uma publicação shounen, não deixa de ser cativante, mas nada próximo de outros dois personagens. Primeiramente, o já citado Capitão Bravo, que exerce o papel de líder com Kazuki e Tokiko, mas ao mesmo tempo administra uma hospedaria (?), isso sem contar de ter algumas das frases de efeito mais capengas que já vi, como o motivo dele chamar-se “Capitão Bravo”, que é justamente o que lhe dá seu maior charme (aliás, Bravo e Kazuki se complementam em vários pontos nesse sentido). Em segundo lugar, mas nunca menos importante, encontra-se o “semi-vilão” Papillon. Para começar, o visual de Papillon já é não é nada comum, muito menos algo que passe desapercebido: ele veste uma roupa preta apertada, parecida com aquelas dos dançarinos de balé, e uma máscara no formato de borboleta!  O que instiga Papillon é seu desejo de vingança, não que isso lhe impeça de ser o alívio cômico do mangá, claro, com uma roupa dessas!, seja com suas tiradas ou apenas estar presente na cena.

Comentários Finais

Buso Renkin me foi um mangá marcante. Não é a oitava maravilha do mundo, mas tem lá seus méritos. Mas, para poder apreciar sua história, é necessário esquecer alguns pontos: Primeiramente, não é porque foi escrito por Nobuhiro Watsuki que deve ser comparado com Samurai X, pois as histórias são totalmente diferentes, embora um ponto ou outra estejam em comum em ambas as histórias. Em segundo lugar, apesar de eu ter começado a ver por isso, não deve ser comparado com FullMetal Alchemist ou qualquer outro mangá que tem o tema de alquimia, pois são mundos diferentes, histórias diferentes, e por isso os conceitos de alquimia podem diferir entre um e outro, ainda que mantenham a mesma base.

Por fim, apesar de muitos dizerem que Buso Renkin é cópia de Bleach, principalmente por causa de seu começo, onde os personagens principais “morrem” com algo trespassado no peito, para então começarem a lutar, além de algumas personagens serem muito parecidas, como Tokiko com a Rukia e a Mahiro com a Orihime. Mas, a diferença acaba nesses pontos. Resumidamente nunca é bom comparar um mangá a outro, pois sempre é possível encontrar alguns pontos parecidos, mas o que importa é que seu cerne é diferente, e é essa diferença que os torna únicos, para o bem ou para o mal.

Se você busca um shounen de luta, sem nenhum comprometimento, ou milhões de volumes para ler, Buso Renkin é uma boa pedida. E ainda um ponto interessante é que no último volume tem um one-shot de Embalming, a série atual de Watsuki (embora encontre-se paralisada no momento), de onde dá pra ter uma boa ideia de como é o novo mangá do autor.

por César

24 Comentários

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24 Respostas para “Review – Buso Renkin, de Nobuhiro Watsuki (Editora JBC)

  1. Só ouvi falar dele no jogo da Jump…Mas parecia bem legal, tava tentando lembrar o nome ^^’

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  2. suripi

    Depois desse Review, começo a considerar fortemente adquirir Buso Renkin, mesmo que seja da JBC e tals.

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  3. Como eu não li Samurai X, não fui ler Buso Renkin com aquele vício de quem espera uma outra obra prima ou cobrança de ser melhor que a obra anterior e mais conhecida. Então fui de coração aberto… e gostei do que li!
    Me doeu no coração ler no final do mangá que o Watsuki teve que correr com o final da história e que “deixaram” ele fazer capítulos finais extras pra explicar melhor outras coisas.

    O Kazuki é muito amor, a Tokiko é babado confusão gritaria e tsunderezice (?), enfim, não vou dar spoiler, mas quem me conhece lê nas entrelinhas porque citei os dois e imagina porque vomitei arco-íris no final do mangá qqqq
    (a capa colorida – que no Brasil é preto e branco mas dane-se – de um dos últimos capítulos… AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!! <3333333333 /morta /cai /fangirl)

    E graças a Buso Renkin, toda vez que leio "Papillon", eu associo a esse cara aí da imagem no texto. Obrigada Watsuki, brigada mesmo.

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  4. Que saudades me deu de Buso Renkin agora, estou pensando seriamente em reler. Esse é um mangá que eu juro não saber o porquê de ter tido uma popularidade tão baixa na Jump. Todo o “básico” de um shonen está ali e é desenrolado de uma maneira bem divertida… Realmente sinto que ele foi injustiçado.
    Destaque para o lado cômico que é ótimo. A passagem da “lanchonete das aberrações” (ou algo assim) foi um dos capítulos de mangá que mais me fez rir.

    [SPOILERS abaixo, rs]

    E eu senti que a história tinha potencial para dar uma bela de uma guinada quando foi mostrada a filha e a esposa do Victor, e creio que essa era a intenção do autor, mas teve que mudar de foco rapidamente para fechar bem o mangá antes de ser término. E as passagens mais sérias também são muito boas, como quando o Bravo tem que enfrentar o Kazuki ou até mesmo durante a morte do Bravo…

    [Fim dos Spoilers 8D]

    Assino embaixo sobre tudo o que foi dito no post acima e recomendo bastante essa obra! Acho que vou dar uma conferida no mangá para matar as saudades. E quem, puder, compre o mangá. As anotações do tio Watsuki sobre cada capítulo são muito interessantes.

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  5. Arthur Duarte

    Um mangá muito divertido, com personagens bastante legais. Papillon e Capitão Bravo são ótimos! Mas dá pra notar um certo “cansaço” do Watsuki em relação ao mangá. Ele reclama muito, nos freetalks, de não ter conseguido fazer o que queria. Seja por falta de habilidade ou por restrições editoriais – como a quantidade de páginas disponível para cada capítulo.

    Acho que o Watsuki teve um grande rompante de criatividade, que foi Samurai X. E isso não seguiu pela série completa. A saga de Enishi é cheia de altos e baixos, principalmente em relação aos personagens que compõe o grupo de vilões. Alguns soam ridículos. E daí em diante ele se manteve como um autor bom, que sabe executar seu trabalho, mas sem muitos pontos realmente brilhantes.

    E achei uma coisa bizarra do texto: como assim não pode comparar? Claro que pode! Nós percebemos as coisas a partir de diálogos. Seja em relação ao tema, à execução, à area, etc. etc. Comparar é preciso, viver não preciso.

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    • firedarsh

      pelo o que eu entendi, ele não estava dizendo que uma comparação nunca devia ser feita, ele queria dizer que voce não deveria ir esperando ler um Samurai X ou FMA, apesar de parecer ter semelhanças, a história e o universo é totalmente diferente e por melhor que fosse Busou Renkin ele sempre perderia nessa comparação desleal

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  6. eu so achei interessante e foi por isso que eu so li atê o 5 volume

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  7. Muito obrigado por esse Review. Quando vi o tweet com o link imaginei q vc ia criticar até a última linha do mangá, e vim pronto pra refutar, e qual foi minha surpresa qnd vi que vc, assim como eu, parece gostar desse mangá. Vou dizer, conheci Busou Renkin antes de Rurouni Kenshin, eu tinha um preconceito com o Kenshin e meu amigo começou a assistir e disse q era excelente, eu fiquei com receio pelo número de episódios (pq tava em fim de semestre na faculdade) e resolvi assistir Busou Renkin primeiro, caso gostasse, daria uma chance pro Kenshin. Eu assisti e assumo, foi o primeiro animê q me fez chorar. Como vc disse no Review, não é a oitava maravilha do mundo, mas se vc se deixar levar só um pouquinho vc se apega demais aos personagens e a narrativa do Watsuki é fenomenal. Enfim, depois disso dei minha chance pra Rurouni Kenshin (ainda não consegui ler o mangá, mas assim q meu japonês ficar afiado farei isso) e o Watsuki é hoje meu mangaká favorito.
    Enfim, ótimo texto, muito bem explicado, sem aqueles comentários preconceituosos q a maioria dos Reviews de Busou Renkin tem.
    Mais uma vez, obrigado por escrever um texto tão legal sobre essa obra, que pode não ser uma das melhores, mas com certeza é muito cativante.

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  8. No início achei que Buso Renkin algo muito fraco, algo muito semelhante a outras histórias, mas logo se deu para perceber que era algo que tomava um rumo diferente.
    Quando ele “morre” e depois é revivido já me tirou essa ideia, quando logo após ele recebeu Buso Renkin. Normalmente vi que era óbvio que ele tinha que apresentar a melhor arma da história até aí, sendo um garoto sem experiência, poderia ser um clichê, ainda mais com a aparição de Tokiko e a personalidade dela, embora tudo isso, às vezes, se torna algo do mangá que serve para o desenvolvimento da história.
    Assim, mais pra frente e a aparição de alguns homúnculos e os poderes de Tokiko mudou o meu ponto de vista. Um mangá bom, não digo o melhor, mas algo que vale a pena ver.

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  9. só de saber que era do driador de samurai x, logo comprei o manga
    n~consegui comprar todos os volumes, mas foi o suficiente para mostrar personagens marcantes e bem divertido, é dificil vc ñ se apegar a eles, um exemplo disso foi o episodios da praia, q eu ri bastante.

    Agora acho q ñ tem como comparar com FMA, são séries completamentes diferentes.

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  10. Jully

    Assisti O Animê aqui na Tv Aberta @.@, passava em um programa municipal que exibia animes e nele passou os Animes BECK, Itazura Na Kiss, BUsou Renkin, D. Gray Man entr outros… Pen que a Igreja Dominou o canal e não sei se passa ainda, tinha exebição as seis da tarde e as nove da manhã ainda tenho saudades T.T

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  11. nino.D leandro

    pessoal do chunan de nanquim
    vcs poderia posta um local onde tenha traduzido pra ler. pra procura fica mais dificiu. ja que c ja conhece entao passa pro pessoal. blz

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  12. |Kaito|

    Concordo que é um bom mangá sem comprometimento. Foi o primeiro anime que eu vi legendado (Com exceção de Naruto e Bleach), e realmente guardo boas lembranças dele.

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  13. Para mim, o primeiro grande mérito de Buso Renkin foi a desconstrução dos clichês de mangas shonen. Como quando Kazuki luta com o garoto da espada Samurai X e eles aparecem um atrás do outro sucessivamente. “Lento demais.” “Nem tanto!” Ou quando os personagens andam pelas ruas e os civis sentem estranhamento pelas imagens tão bizarras deles. Ou ainda, um dos meus favoritos, quando os amigos do Kazuki comentam um golpe dado durante uma luta e um deles se pergunta como eles conseguem falar tão rápido.
    O segundo grande mérito está na formação do casal. Enquanto vários mangas usam meios de desenvolvimento absurdos, em que só falta o personagem falar “I just met you and this is crazy”, Kazuki e Tokiko começam sem demonstrar nenhum interesse amoroso, mas vão fortalecendo seus relacionamentos mais e mais à medida que convivem. Só depois de muitos capítulos eles se beijam (e, céus, eles se beijam mesmo!) e assumem o namoro.

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  14. BDL

    Eu não li o mangá, vi o anime de Busou Renkin umas duas vezes. Infelizmente, assistindo ao anime, não pode deixar de compará-lo com Rurouni Kenshin (pelo mesmo autor) ou Fullmetal Alchemist (pela temática da alqumia), que são considerados obras-primas por muitos.
    Mas, mesmo que eu não tenha Busou Renkin entre meus shounens preferidos, posso dizer que a história é bem sólida e os personagens são muito bons. Acho que só peca um pouco na parte das lutas. De qualquer modo, eu recomendo assistir/ler. Busou Renkin é, no mínimo, divertido.

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  15. Ana

    Nem quis ler logo de cara, mas depois que todos os volumes tinham sido lançados, bateu arrependimento e comprei até o 8 por enquanto ^^ Muito legal, acho que um bocado de lutas davam pra terem sido melhores, mas ainda assim é muito divertido e cheio de ótimos personagens. Até agora ainda volto na prateleira e pego umas edições só pra ficar rindo de uma piada legal XD

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  16. O Embalming é um mangá que me surpreendeu muito mesmo, comecei a compra na época por puro impulso, e o último volume é o melhor, especialmente pelo fato do capitulo extra, e do one-show do Embalming: Dead Body and Bride‎.

    Pra mim, acredito que o Embalming será a obra prima do Watsuki!

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  17. ósk

    Ja li tudo e curti o manga, traço bom,historia divertida de acompanhar e com personagens carismaticos. uma pena que houve essa bronca do prazo, o que acabou estragando totalmente o final, que ficou totalmente jogado. mas mesmo assim vale a pena ser lido.

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  18. Esse manga eu realmente lamento de não ter lido, mas faz parte, talvez na net, mas eu prefiro comprar e valorizar o autor principalmente agora que Samurai X foi relançado nessa nova e excelente edição…

    Rayovac!

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