Algumas palavras sobre os novos filmes dos monstrinhos digitais.
Este texto apresenta spoilers que foram necessários para compor esta coluna. Ler daqui em diante é por conta e risco.
Eu indiscutivelmente sou um grande fã de Digimon. Lembro quando estava acompanhando o site diariamente para ter noticias de Digimon Tri depois que foi anunciado. Cheguei até a fazer parte do grupo que mesmo não gostando tanto da mudança do antigo character design, que era clássico por fazer parte de todos os animes da franquia até ali, acreditava que algo tão bom quanto Adventures pudesse sair dos novos filmes.
“Anunciaram 06 partes, devem ter pensando em uma boa historia!”
Presumi. O segundo filme saiu e o que posso constatar é: por enquanto, eu estava errado.
Alguns levantamentos precisam ser feitos antes de continuar esse post. Primeiramente, a Toei sempre tratou Digimon de uma maneira bem curiosa. Ela sempre tentou reinventar parte ou toda a fórmula apresentada de um anime de TV para o outro. E a cada novo anime, grandes críticas eram feitas e poucos acertos aconteciam. Digimon nunca deixou de divertir, mas algo se perdeu com o tempo na franquia, principalmente após o fim de Tamers. O fato é: Digimon não conseguiu trazer outro anime da mesma qualidade de Adventures ou Tamers em todos esses anos. Apesar dessa realidade, a Bandai nunca deixou de angariar uma boa grana nas animações feitas pela gigante Toei. Xros Wars mesmo teve seu tempo esticado devido a boa audiência. Então, os 15 anos de franquia foram chegando e Digimon Adventures, que ironicamente fez parte tanto da infância de muitos japoneses, como de muitos ocidentais (inclusive brasileiros) acabou lhes dando a oportunidade de entrar em um ramo muito lucrativo chamado vender nostalgia.
E foi assim que nasceu Digimon Tri.
Bem, agora vamos a um fato curioso. A nostalgia era considerada uma doença no século XVII. Naquela época, quando se sentia náuseas, perda de apetite, febre alta, os médicos afirmavam que a pessoa sofria da terrível doença da nostalgia, que eram bem comuns em soldados mandados a guerra. Hoje, com a vinda da psicologia moderna, não é mais considerada uma condição patológica como antigamente. Diferente da depressão e melancolia, ela é definida como um estado de espírito, um desejo interior de voltar a momentos felizes da nossa vida, a ter esperança de que o presente possa ser tão bom quanto o passado. Ela é diferente inclusive da saudade, afirma a psicanalista Maria Olympia França.
“A nostalgia é um estado mais amplo, mais difuso que um sentimento de saudades. Enquanto este diminui quando reencontramos o objeto faltante, a nostalgia pode permanecer mesmo quando reencontramos aquilo de cuja falta nos demos conta”.
Nada seria mais lucrativo que resgatar boas lembranças de pessoas que passaram suas infâncias na frente de uma TV assistindo o Taichi gritar “Greymon!” e Brave Hearts tocar ao fundo. Então você olha para o histórico da Toei – não só com a franquia, mas com boa parte de suas produções ao longo dos anos – e lhe vem aquele receio de que talvez trazer de volta seus personagens queridos de infância não seja uma boa ideia. Relutante, acaba assistindo ao filme e mesmo diferentes, mais velhos, seus personagens preferidos estão ali novamente com seus digimons. Até mesmo a música de abertura é a mesma de Adventures, sem falar na OST com direito a Brave Heats tocando na digievolução. Tem nostalgia para todo o lado e você acaba se infectando por ela. Eu mesmo sou uma vítima.
A euforia inicial passa e você começa a absorver o que a Toei propõe, pois se lembra e sabe que o primeiro anime era de uma qualidade impar, ainda mais se acabou revendo várias vezes como eu. E então começam a apresentar problemas e acertos, assim como mencionei mais acima, acontece com a franquia há algum tempo. E esses problemas e acertos se intensificam por causa do vírus da nostalgia. Para entender melhor, vou fazer um balanço, primeiramente com os personagens:
Adventures tinha como um de seus destaques a constante evolução de seus protagonistas, o anime em si é uma grande metáfora ao crescimento deles. Digimon Tri tenta resgatar essa ideia (a nostalgia), só que eles não parecem ter planejado bem como trabalhar com todos os personagens. No primeiro filme, Taichi percebe que ser um digiescolhido implica muito mais do que ele enxergava quando criança. Vidas estão em jogo por causa dos digimons que invadem o mundo real, inclusive a sua. Ele nota que seu parceiro causa destruição, dano esse que ele é responsável diretamente, pois é dele que provem a energia para Agumon digievoluir. Então, constatando isso, reluta, reflete, sente medo, pois a responsabilidade agora é muito maior que antes. Yamato então o joga contra a parede, pois ele aceita correr o perigo e tomar a responsabilidade como digiescolhido, é um papel que lhe foi incumbido e precisa ser feito. Esse é o maior acerto da Toei até aqui, pois ambos estão certos. Taichi não teve um retrocesso de seu desenvolvimento como personagem só porque agora sente medo. Coragem é diferente de imprudência. O Taichi amadureceu e agora vê o mundo de outra maneira, isso é um personagem na construção de seu desenvolvimento. Você então sente a nostalgia agir dentro de si, a felicidade de notar aquele elemento que tanto gostou e que agora pode apreciar ainda melhor, pois junto com Taichi, você também vê o mundo de outra forma.
Vem então o segundo filme com um foco maior na Mimi e no Jou.
Mimi sempre foi uma garota insatisfeita e pouco sociável (perdão o trocadilho), mas em Adventures aprendeu a ser sincera com seus sentimentos, a viver da maneira que quisesse. Isso é refletido em Tri beneficamente até certo ponto, pois continuamos a ter uma Mimi de mente aberta, que prefere ouvir as coisa na cara do que falar pelas costas, mas a maneira como tentam problematizar essa sua qualidade se tornou ridícula. Algumas colegas que claramente sentem ciúmes dela decidem boicotar uma de suas ideias e a garota simplesmente fica triste, com uma cena dela deprimida aparecendo. O motivo que a fez hesitar a ser quem ela é não condiz o suficiente com o crescimento que o próprio Digimon Tri estava demonstrando da personagem até ali. Para piorar, ela tenta mostrar que digimons também são bons só que acaba derrubando um helicóptero e quase matando pessoas inocentes, e nem percebe a gravidade do seu erro, pois ainda está chateada com suas amigas e o fato de seu plano ter dado errado. É o mesmo com Jou, o rapaz sempre foi estudioso e aprendeu em Adventures que se tivesse confiança em si mesmo, poderia seguir em frente. Digimon Tri decide por a prova sua qualidade, mas faz de maneira ridícula ao apresentar um problema pouco convincente. Por favor, a magnitude de um rapaz estudando para alguma faculdade é totalmente diferente de pessoas correndo perigo de vida por causa de digimons. Passaram mais de meia hora de filme falando o quanto ele estava triste porque ser digiescolhido atrapalhava seus estudos. É um drama completamente bobo.
E esses não foram os únicos problemas que estão evidentes.
O roteiro simplesmente joga situações na sua frente que são claramente questionáveis. No primeiro filme, todos os personagens podiam evoluir para Ultimate sem precisar se esforçarem, mas simplesmente não fazem em momentos que claramente poderiam facilitar o combate por algum motivo que nunca saberemos. Fica ainda mais evidente o erro quando avaliamos que em Digimon Adventures os digimons sempre evoluíam o máximo que podiam para combater todo inimigo que lhes desse dificuldade. É um retrocesso que não tem explicação.
Outro erro gritante é o fato dos digiescolhidos começarem a chegar à forma Mega praticamente de uma hora para a outra. Foi simplesmente ridículo ver a Mimi e o Jou evoluindo seus parceiros com um simples grito eufórico dramático. Mimi decide ignorar os atos das suas amigas e isso é ter um crescimento significativo? Jou decide que não tem escolha além de lutar e que a faculdade que se exploda é um bom desenvolvimento? Não, de maneira nenhuma. E ainda tentaram justificar os errôneos desenvolvimentos com aquela mensagem que o Izzy recebeu. Tentaram mesclar duas ideias de Adventures – a dos digimons evoluírem de acordo com seus parceiros e o presságio que fez Taichi e Yamato chegarem a forma Mega. Sem falar de resgatar Leomon apenas para matar ele e tentar causar um drama, que não acrescentou nada ao plot. E falando em resgatar, o Kaiser Digimon é outro elemento que precisa de uma explicação melhor, pois a volta dele implica muito no plot de Digimon Adventures 02. Enfim, várias tentativas errôneas de trazer nostalgia.
Digimon sempre foi uma franquia que explicava seu plot gradualmente, mas nunca deixava interrogações tão grandes nas perguntas. Eram elementos que apareciam na tela e naturalmente ganhavam explicação. Digimon Tri até o momento só leva a questionamentos e furos de roteiro. Usar da nostalgia em um ótimo anime requer que sua nova fase seja a altura, é o preço a se pagar. Talvez o vírus tenha um efeito maior em alguns ao ponto de lhes fazer ignorar tantos problemas, mas em outros como eu, podem acabar em náuseas, perda de apetite e febre alta.
Que morte horrível é Digimon Tri. Quanto mais assisto mais quero rever Digimon Adventures.
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Vale a pena lembrar que a sociedade japonesa possui uma taxa de suicídios muito alta, e que o peso do vestibular pra eles é muito mais alto que o nosso, primeiro porque a chance de tentar ele e conseguir um bom score é única, pois entra na conta o tempo desde que você se formou, segundo que o vestibular define sua colocação na sociedade, sua chance de casar e quem você será quando adulto. Basicamente é uma sociedade que cobra muito e não te dá segundas chances, e foi esse drama que foi apresentado ali, com o desfecho sendo bem bosta mesmo.
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Olhando por esse falo, é uma boa interpretação, mas acaba evidenciando exatamente o mesmo erro da Mimi. Boa construção para simplesmente ignorarem no final.
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Ótimo artigo. Me lembro de discussões que tive na época do primeiro filme onde eu defendia o sub-plot do taichi, já no segundo filme reclamava pois parecia que no roteiro tinha um espaço com a frase “hora da luta” sem nada mais escrito dali para frente. Uma opinião que eu gostaria de saber é: Saber sobre a produção da animação que esta sendo “julgada” ajuda a validar argumentos de defesa? Pois quando falei sobre os finais de cada filme, foi me dada a resposta: “No japão estão passando nos cinemas, então tem que ter o momento da batalha no final, faça sentido ou não”. Pessoalmente isso só me parece a má execução de uma ideia =/
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“No primeiro filme, todos os personagens podiam evoluir para Ultimate sem precisar se esforçarem, mas simplesmente não fazem em momentos que claramente poderiam facilitar o combate por algum motivo que nunca saberemos. ”
No primeiro filme NENHUM personagem podia evoluir para a forma ultimate. Depois da forma champion, o requisito para evolução era responder aos brasões.
Sempre foi assim.
Por isso que quando o Tai tomou vergonha na cara e parou de viadagem ele conseguiu evoluir pra metal e wargrey. Por isso que quando os conflitos são resolvidos eles evoluem. Os conflitos são questionáveis(tirando do Joe que é entendível), mas não esta fugindo da ideia inicial. Achei que tinha ficado claro quando o Matt bota o Tai na parede e começa a questionar sobre o Omegamon, mas…
“Por favor, a magnitude de um rapaz estudando para alguma faculdade é totalmente diferente de pessoas correndo perigo de vida por causa de digimons. Passaram mais de meia hora de filme falando o quanto ele estava triste porque ser digiescolhido atrapalhava seus estudos. É um drama completamente bobo.”
Comentário do Juliano.
E pra finalizar, não se sabe se os conflitos estão realmente resolvidos. O do Tai e do Matt não estão.
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“No primeiro filme NENHUM personagem podia evoluir para a forma ultimate. Depois da forma champion, o requisito para evolução era responder aos brasões.”
Sim, eles podiam. Os digiescolhidos perdem os brasões entre o filme do Diaboromon e Digimon Adventure Two. Em Adventure Two eles não podiam se tornar Ultimate/Mega e só conseguiram porque Azulongmon deu uma de suas esferas. Por isso mesmo sem os brasões ainda podem evoluir. E qual conflito tinha sido resolvido ali para todos eles conseguirem evoluir de uma vez? Basicamente só o Taichi e o Yamato tinha conflitos. Percebe? Não faz sentido.
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Não querendo me intrometer no debate de vocês, mas já intrometendo… Adramalesh, se não me falha a memória, os Digimons dos personagens têm dificuldade para evoluir para suas formas mais poderosas porque no final do Adventure 2, eles deram todo ou quase todo o poder da esfera de Azulongmon (Tintiromon na versão americana) pro Imperialdramon mudar da forma dragão pra forma guerreira (ou pelo menos a cena dá a entender isso). Posso estar enganado também, pois faz muito tempo que vi (estou revendo as séries antigas mas ainda estou no início da primeira).
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Estou adorando esses filmes, tanto que resolvi assistir o anime antigo para poder relembrar muita coisa.
Acho que o drama do Joe não se resume apenas a um problema escolar, mas sim marcaria as dúvidas da mudança da fase de crescimento onde ele saí dos problemas de uma criança escolhida para as responsabilidades como um adulto de conseguir uma boa faculdade e assim por diante.
Acho que é um ainda algo que vai ser mostrado nos próximos filmes o que aconteceu com os digiescolhidos de adventure 02, pq os quatro aparecem sendo derrotados logo no começo de 1º filme. Gosto da teoria que o Ken possa ser um holograma criado pelo digimom de capa.
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Me perdoe mas a pessoa que escreveu essa matéria nunca deve ter prestado um vestibular na vida, para chamar de bobo a comparação a pressão e gigantesca em alguns casos e dependendo do curso a dedicação deve ser quase total, e isso ocorre ja ocorre aqui, no Japão a situação é ainda pior, logo na idade em que o Joe está a cobrança que ele sofre de seus familiares e a própria cobrança e muito maior do que a nova que chegou, da qual ele p3nsou que ja havia se livrado, isso sem mencionar que apos passar a dificuldade seus reais problemas ainda estaram la , logo a negação e totalmente aceitável. Quanto a mimi não pode se esquecer que ali os personagens tem no máximo 14-15 anos se eu não me engano, logo cobrar que uma pessoa ali esteja sempre forte e o cúmulo, e ainda mais depois de ver seus erros sendo jogados na sua cara, faltou um pouco de humanidade em que escreveu essa crítica, na primeira série eles eram crianças aprender sobre amizades e outros coisas nessa época não significam que isso ainda vai esta presente com você quando sua noção sobre como o mundo funciona e a responsabilidade que você deve e vai ganhar con forme vai amadurecendo chegar.
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Olha, quando eu falei no twitter eu não havia visto o Digimon Adventure Tri 2, então não me via no direito de fazer um comentário aqui. Agora que eu terminei, já são outros 500, então bora lá pro walltext!
“O fato é: Digimon não conseguiu trazer outro anime da mesma qualidade de Adventures ou Tamers em todos esses anos. ”
Discordo fortemente disso porque Adventure 01, apesar do desenvolvimento fantástico de personagens, o plot e os vilões eram rasos demais. O Adventure 02 tentou consertar isso, mas falhou em várias coisas, eles jogaram diversas ideias boas, sem conseguir desenvolver a maioria delas. Ao menos eles acertaram muito bem na questão dos vilões. Tamers é a minha preferida, eu sou meio biased, mas também não foi completamente perfeita. Frontier tentou algo ainda mais original que as duas primeiras temporadas e a história entre o Koichi e o Kouji foi muito linda, apesar de ter pecado no destaque em alguns personagens. Savers teve um plot muito bom, mas que demora pra pegar e pecou no desenvolvimento da Yoshino, apesar dos outros personagens terem sido bem desenvolvidos. Xros Wars foi ótimo com seu clima, mas o Taiki era muito perfeito. Todas as séries tiveram seus defeitos, mas também foram muito boas em certos pontos. Adventure só é o que é por causa da doença que você mesmo citara, a nostalgia, porque os dois Adventures teve falhas também.
Agora vamos para o que interessa: O Adventure Tri 2.
“Algumas colegas que claramente sentem ciúmes dela decidem boicotar uma de suas ideias e a garota simplesmente fica triste, com uma cena dela deprimida aparecendo.”
Acho que você compreendeu errado a situação. As colegas não sentiram ciúmes, nem inveja, Adra. O que elas sentiram foi raiva da Mimi ter decidido TUDO sozinha. Ela estava com um papel importante no festival cultural; decidir a roupa. Só que ela não consultou ninguém (além da Meiko) e começou a fazer as roupas sem nem ter feito uma reunião. Nenhum trabalho em grupo dessa maneira deve ser feito assim. As meninas ficaram irritadas com ela (já provavelmente estavam porque a Mimi ficava encarando elas ao conversarem sobre digimons) e foram desnecessariamente grossas, mas não foi por ciúmes, nem inveja. Foi por irritação com a Mimi decidindo tudo sozinha e é ESSE o conflito que se cria no Adventure Tri. Ela tinha concluído nos Adventures anteriores que ser ela mesmo e sincera e honesta era realmente a melhor opção, mas isso acabou não dando muito certo aqui e ela entrou em conflito novamente, porque acabou magoando os outros quando esta não era sua intenção. Talvez poderiam ter concluído isso de maneira melhor, mas eu gostei dela ter se resolvido quanto a isso ao notar a ajuda da Meiko, quando ela, alguém tão tímida, colocou aquela roupa curta só para encorajar a Mimi que suas ideias para deixar os outros felizes não foram ruins.
“(…)ela tenta mostrar que digimons também são bons só que acaba derrubando um helicóptero e quase matando pessoas inocentes, e nem percebe a gravidade do seu erro”
A Mimi errou aqui mesmo, mas não é que ela não percebeu a gravidade. É porque ela estava irritada com a maneira que a mídia tratava os digimons, que foram tão amigos dela. A Mimi sempre foi do tipo de pensamento meio “One-sided”, ela sempre pensava em uma direção só. O Koushirou mesmo a repreende por isso, dizendo: “Mesmo que suas intenções tenham sido boas, o resultado continua sendo o mesmo”. O problema da Mimi é dela decidir fazer as coisas sozinhas, mesmo que sua intenção seja pelo bem e alegria dos outros, ela age egocentricamente, impulsivamente e o resultado acaba sendo o oposto do que ela queria.
“Por favor, a magnitude de um rapaz estudando para alguma faculdade é totalmente diferente de pessoas correndo perigo de vida por causa de digimons. Passaram mais de meia hora de filme falando o quanto ele estava triste porque ser digiescolhido atrapalhava seus estudos. É um drama completamente bobo.”
Aqui acredito que você possa ter compreendido errado também. Eu vi o filme e o conflito do Jou NÃO é por causa dos estudos. Ele não escolheu os estudos a frente dos amigos.
Printarei até mesmo o que ele diz.
https://gyazo.com/1050f3c486e20924dc5eb454571bdaeb
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Não é simplesmente que ser digiescolhido atrapalhava seus estudos. É o fato de que ele não deseja essa vida para ele. Ele NUNCA, nem mesmo no primeiro Adventure, gostou do dever de ser digiescolhido. O dever de digiescolhido não é tão simples assim. É você ter a responsabilidade de salvar o mundo, independente da sua idade. É te darem as armas para combater o mal no mundo e falar “é seu dever porque sim”. É uma responsabilidade muito grande e o Jou pensou que FINALMENTE tinha se livrado dessas responsabilidades, para se encontrar nelas DE NOVO… À força. Logo quando ele estava com sua vida ajeitada, algo apareceu de novo para virar tudo de cabeça para baixo. Ele já estava extremamente pressionado com as coisas da vida (estudos e etc) e agora tem a pressão de ter que salvar o mundo simplesmente porque é um digiescolhido. Jou mesmo se chama de covarde diversas vezes, porque ele está com medo (o que não é novidade, ele era um dos que mais tinha medo desde o Adventure 01). É muita pressão para a cabeça dele e ele não queria tudo isso de novo. Ele sabe o que tem que fazer, mas ele não queria ter que fazer isso, ele queria poder fugir.
Quanto ás evoluções, de fato, é até um erro, mas eu pessoalmente não acho que isso seja um erro tão grotesco a interferir no plot. Não acho que seja com tanta facilidade que eles evoluam também, pois o Yamato vem tentar resolver com o Taichi por que raios a evolução do Omegamon foi rompida. O Taichi dá uma desculpa qualquer, do tipo “Ah Alphamon já tava derrotado”, sendo que não era isso, é porque ele está com as dúvidas. Então, de qualquer forma, mesmo que eles evoluam rapidamente, não adianta nada se essas evoluções não duram por muito tempo. E outra, eu revi a cena no primeiro filme e apenas o Agumon e o Gabumon evoluíram para o Mega/Ultimate. Não foram todos. Vikemon e Rosemon apareceram pela primeira vez no segundo filme só.
Em relação às dúvidas, realmente, até agora, o Tri elevou mais perguntas do que respostas, mas não vejo isso como algo necessariamente ruim, até porque eles têm tempo de sobra para explicar tudo (6 filmes, afinal, como você mesmo disse). Não estamos ainda nem na metade e Digimon sempre foi o tipo de série que progride gradualmente. Agora, no começo, está jogando algumas questões no ar, mas se focando mais em desenvolver e apresentar os personagens em sua adolescência, com alguns problemas da sua infância de volta e outros problemas novos, por estarem em fase de crescimento. Isso não é nada novo em Digimon, para falar a verdade.
(Perdão pela redação)
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Eu cheguei a curtir o tri, mas alguns furos não deu pra engolir, o caso do Jou, eu entendi, não exatamente pelo fato da faculdade e tal, mas sim dele ter uma certa pressão pra se tornar adulto, e ele nunca ter exatamente entendido o porquê de tantas pessoas ele foi um escolhido, o que a hikari tenta de forma muito besta explicar e ele entende! (Vai saber) agora o kaiser precisa de uma mega explicação e a aparição dessa nova dig’escolhida que ficou sem explicação (ela só aparece com a meikomon e “olhem tenho um digimon também”) e ainda teve a pequena e muito importante cena daquela mulher estranha sorrindo quando a meikomon matou o leomon! E o traço, demorei pra acostumar viu! Rs
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Digimon tri começou bem, mas foi deixando um pouco a desejar com o tempo. Senti falta de referências aos personagens de digimon 2, e até de uma coerência com o que foi desenvolvido lá (Joe e Mimi me parecem mais maduros no 2 do que no tri). O aspecto das digievoluções foi bem decepcionante também, ver gomamon e palmon alcançarem sua forma final sem nenhuma explicação descente e com uma naturalidade como se tivessem feito isso em toda a adventure.
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